Nos últimos anos, o país europeu que mais diminuiu a oposição a imigração foi Portugal. Estes dados são da pesquisa do Inquérito Social Europeu, que recentemente publicou sua mais atualizada edição divulgada no último mês.
Na pesquisa, as perguntas que os entrevistados deveriam responder eram entre 1 a 4 , sendo que a resposta número 1 é para NENHUMA OPOSIÇÃO, e a número 4 para MUITA OPOSIÇÃO à entraeda de imigrantes na Europa. A média de respostas dos portugueses ficou em 2,27 – Este valor é abaixo da média de todo o continente europeu, que é de 2,52. Estes números também mostram uma queda em relação ao a última pesquisa realizada em 2015, quando Portugal pontuou 2,64.
Os entrevistados deveriam responder entre 1 e 4, sendo 1 para nenhuma oposição e 4 para muita oposição à entrada de imigrantes na Europa. As respostas dos portugueses deram ao país uma média de 2,27— abaixo da média do continente, 2,52. O número também mostra uma queda em relação ao resultado do país na pesquisa 2014/2015, quando Portugal marcava 2,64.
“Acho que os portugueses terminam sendo tolerantes em razão da experiência pessoal, uma vez que muitos de seus familiares saem do país e sofrem na pele. Embora alguns aproveitem para ‘descontar’ nos que aqui chegam”, afirma a advogada brasileira Anna Fernandes, 40, há um ano em Portugal. Ela faz mestrado em direito na Universidade de Coimbra.
Anna também viveu quatro anos na França e, apesar da ressalva, diz que, no geral, se sente bem tratada aqui. “Acho a França muito nacionalista. Tive professores abertos e outros malucos, mais conservadores. Dentre muitos estrangeiros, diria que o brasileiro até nem sofre tanto por lá. Eles encaram o Brasil de uma forma mais leve, comparando com outras nacionalidades. O que poderia dizer, comparando com Portugal, é que aqui há muito mais sintonia com nossa cultura. Talvez seja isso”, conta.
Segundo Alice Ramos, uma das responsáveis pelo Inquérito Social Europeu, os resultados demonstram que os portugueses estão mais favoráveis à entrada de imigrantes, ao mesmo tempo que defendem que o governo deva ser generoso e sensível aos problemas dos refugiados e ao seu acolhimento.
“Portugal não só surge mais receptivo à entrada de imigrantes. Os dados mostram também um decréscimo na percepção de ameaça associada aos imigrantes, quer na vertente econômica, como na vertente cultural. Assim, em média, o imigrante é tendencialmente visto como alguém que contribui mais do que prejudica a economia do país, que enriquece mais do que empobrece a vida cultural do país”.
O Reino Unido, em processo de saída da União Europeia, foi o segundo país que mais diminuiu a oposição aos imigrantes.
“São casos que teremos que estudar, sendo o do Reino Unido particularmente interessante, uma vez que os dados foram recolhidos na altura do Brexit e um dos discursos centrais dos adeptos da saída da UE ser precisamente sobre os supostos malefícios da imigração e sobre a necessidade de o país reduzir substancialmente o número de imigrantes”, avalia a pesquisadora.
De acordo com o estudo, há uma maioria de países abertos à imigração, o que inclui Bélgica, Suíça, Espanha, Finlândia, França, Holanda e Noruega. Na outra ponta, a oposição aos imigrantes cresceu em Áustria, República Tcheca, Polônia, Itália, Lituânia, Suécia e, especialmente, na Hungria, que teve o maior aumento. Países como Alemanha, Estônia e Eslovênia mantiveram níveis de oposição.
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