Guia completo do crédito habitação em Portugal 2025: tudo que precisa saber
Introdução
O crédito habitação em Portugal é o caminho mais comum para adquirir casa própria ou financiar imóveis no país. Para quem está planejando comprar um imóvel, especialmente estrangeiros ou recém-chegados, compreender taxas, riscos, processos e exemplos reais faz diferença. Este guia completo vai ajudá-lo a tomar decisões informadas e evitar surpresas custosas.
Panorama macroeconômico e tendências do setor em 2025
Em 2025, o mercado de crédito habitação em Portugal tem sido marcado pela queda da Euribor, que torna condições mais favoráveis para novos empréstimos.
Por exemplo, no primeiro semestre de 2025, a Euribor a 12 meses caiu para cerca de 2,08 % Santander, enquanto as operações de crédito apresentaram taxas médias de 2,91 % (incluindo renegociações) em junho de 2025, valor mais baixo desde outubro de 2022.
Essas reduções vêm estimulando a procura por crédito à habitação. Em 2025, os pedidos de crédito à habitação dispararam nos primeiros meses, impulsionados por juros mais baixos e incentivos estatais (como isenção de IMT e garantia pública para jovens até 35 anos).
No entanto, os analistas preveem que a Euribor ainda poderá baixar um pouco mais até o fim de 2025, possivelmente ficando abaixo de 2% nos prazos principais.
Modalidades de crédito habitação em Portugal
Taxa variável
A modalidade mais comum é a taxa variável, que combina a Euribor (3, 6 ou 12 meses) com um spread bancário fixo.
A parcela final é ajustada conforme a variação da Euribor durante o prazo do empréstimo. Esse tipo proporciona flexibilidade, mas também riscos se a Euribor subir.
Taxa fixa
Com a taxa fixa, a taxa de juro permanece constante durante todo ou parte do prazo. Os contratos fixos tendem a ser mais caros, mas oferecem previsibilidade.
Atualmente, ofertas de crédito habitação com taxa fixa para prazos longos (30 anos) indicam TAEG em torno de 4,0 % em alguns bancos.
Taxa mista / híbrida
Há também contratos misto: parte do período com taxa fixa e parte com taxa variável. Muitos contratos novos são de taxa mista (ex: 2 anos fixos + depois variável).
Em junho de 2025, cerca de 72 % dos novos empréstimos à habitação própria permanente foram contratados com taxa mista.
Principais custos e encargos associados
Spread bancário
O spread é a margem fixa que o banco adiciona à Euribor. Em 2025, spreads mínimos observados variam entre 0,65 % e 1,20 % dependendo do perfil do cliente e do banco.
Ofertas promocionais podem apresentar spreads muito baixos (ex: 0 % nos primeiros anos em campanhas especiais) — entretanto, essas ofertas costumam exigir produtos associados.
Comissões, avaliação e seguros
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Comissão de dossier, formalização e avaliação do imóvel
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Seguros obrigatórios: seguro de vida e seguro multirriscos
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Custo de avaliação do imóvel
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Custos bancários relacionados à gestão do crédito
Imposto do selo e MTIC
O imposto do selo incide sobre o montante financiado e varia conforme o prazo (0,04 % para prazos < 1 ano; 0,5 % para 1–5 anos; 0,6 % para prazos superiores a 5 anos)
O MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) é o valor total que o cliente paga, somando capital + juros + comissões + seguros + impostos.
Exemplos práticos de taxas e condições atuais
Exemplo da Caixa Geral de Depósitos
A CGD apresenta para crédito habitação taxas de juro variável, por exemplo, Euribor a 6 meses + spread de 2,05 % resultando em TAEG de ~4,8 % em operações específicas de 30 anos.
Promoções do Millennium bcp
O Millennium bcp tem campanha com spread zero nos primeiros 2 anos, TAEG de ~3,5 % quando associada a produtos bancários.
Ofertas do ActivoBank
Atualmente o ActivoBank apresenta TAEG de ~4,2 %, TAN variável de 3,581 % (Euribor 12 meses + spread de 1,50 %) para financiamento a 30 anos.
Crédito fixo no BPI
O BPI oferece crédito habitação com taxa fixa, por exemplo, TAEG de 4,2 % como opção de estabilidade para quem prefere não depender da Euribor.
Requisitos para contratar crédito habitação em Portugal
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Idade compatível: normalmente até 75 anos na data de amortização
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Rendimento comprovado: salário, declarações fiscais, outros rendimentos
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Relação dívida/rendimento (DTI) controlada
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Avaliação do imóvel: o imóvel deve ser dado como garantia hipotecária
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Documentos típicos: identificação, IRS, recibos de salário, comprovativo de moradia, contrato de promessa de compra e venda etc.
Prazos, amortização e estrutura de prestações
Os prazos comuns de crédito habitação em Portugal vão de 20 a 35 anos, com algumas ofertas chegando a 40 anos.
Sistemas de amortização incluem:
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Sistema Francês (mais usado) – prestações constantes
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Sistema de amortização constante – prestações decrescentes
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SAC (sistema de amortização constante)
A escolha entre fórmula e prazo afeta diretamente o custo total.
Renovação, renegociação e reembolso antecipado
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É possível renegociar o spread com o próprio banco ou transferir (portar) o crédito para outra instituição
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Reembolso antecipado parcial ou total pode gerar penalidades, especialmente nos primeiros anos
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Bancos têm prazos de notificação e cobrança de penalidades; é fundamental verificar cláusulas do contrato
Riscos e cautelas
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A Euribor pode subir: se você tiver taxa variável, suas prestações podem aumentar sensivelmente
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Avaliação excessiva do imóvel pode levar a estagnação ou desvalorização
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Falta de seguro ou cláusulas abusivas podem gerar surpresas
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Endividamento excessivo: comprometer mais de 30–35 % do rendimento com prestações pode ser arriscado
Você também precisa saber…
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Quem vê o crédito habitação como investimento ou para estabelecer residência fixa se relaciona com [Investir na Europa 2025 – cidadania europeia].
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Estudantes que planejam permanecer em Portugal a longo prazo podem considerar compra de imóvel depois do curso (ver [Como estudar em Portugal 2025 – guia completo]).
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A estabilidade financeira obtida com crédito pode facilitar acesso a crédito de consumo, cartões e crédito para estrangeiros (ver [Melhores cartões de crédito para estrangeiros em Portugal]).
Conclusão
O crédito habitação em Portugal representa uma oportunidade real para quem quer investir em imóvel, mas exige atenção a taxas, spreads, prazos e riscos. Com a Euribor decrescente e ofertas competitivas, 2025 pode ser um bom momento para entrar — desde que você prepare seu perfil, compare ofertas e negocie bem.