Novas revelações científicas contribuem para que todos adotem comportamentos de higiene e distância social de segurança ainda mais rigorosos
O novo e altamente contagioso coronavírus, que explodiu numa pandemia global e provoca a doença respiratória chamada Covid-19, pode permanecer viável e infeccioso no ar e nas superfícies muito tempo após a passagem do indivíduo que o transportou e expeliu.
O coronavírus não tem propulsão autónoma, como sabemos, “o vírus não voa; é transportado”, como explicara ao JN o pneumologista Filipe Froes.
“Por isso é que a distância social de segurança tem que ser superior a 1 metro, o ideal é mesmo uma distância de 2 metros ou mais”, comentara Filipe Froes.
Às 14.30 horas desta quarta-feira, o número mundial de pessoas infetadas era de 204.251 e o total de mortos ascendia aos 8.246. As pessoas infetadas que recuperaram da doença Covid-19 são agora 82.091.
Os cientistas do instituto americano investigaram, de acordo com o relatório já publicado online pelo “New England Journal of Medicine”, por quanto tempo o SARS-CoV-2 permaneceu infeccioso nas superfícies. Os testes mostram que, quando o vírus é transportado pelas gotículas expelidas quando alguém tosse ou espirra, ele permanece viável ou capaz de infetar pessoas pelo menos durante três horas.
Vírus fica ativo em plásticos por três dias
“Dos estudos ambientais, retém-se, por ora, a viabilidade do vírus em superfícies lisas (plástico, metal) até 72 horas“, havia dito ao JN a pneumologista Raquel Duarte, dos Hospital de Gaia/Espinho. “Estas serão as melhores condições para o SARS-CoV-2, dado que vírus respiratórios em geral não se dão bem com superfícies que absorvam água e terão menor viabilidade noutras circunstâncias”.
No papel e no papelão, o vírus não é viável 24 horas após ter sido depositado.
No cobre, assim como em outras ligas metálicas como as que constituem as moedas, foram necessárias quatro horas para o vírus ser inativado e considerado incapaz de infetar uma pessoa.
Vírus enfraquece às partes
Em termos de meia-vida, ou seja, quando uma percentagem do vírus morreu mas outras continuam ativas, a equipa de investigação do NIAID descobriu que leva cerca de 66 minutos para metade das partículas virais perderem a função se estiverem depositadas numa gotícula. Isto significa que depois de mais uma hora e seis minutos, três quartos das partículas virais serão essencialmente inativadas, mas 25% ainda serão viáveis e capazes de provocar doença.
No aço inoxidável, são necessárias 5 horas e 38 minutos para que metade das partículas do vírus se tornem inofensivas para a saúde. No plástico, a meia-vida é de 6 horas e 49 minutos, descobriram os cientistas.