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SEF contabiliza mais de três mil venezuelanos em Portugal. E a tendência é aumentar

Os cidadãos venezuelanos residentes em Portugal superaram os três milhares no ano passado, de acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que admite manter-se neste ano a tendência de crescimento verificada desde 2015. 

Fonte: Jornal de Notícias

Dados estatísticos do SEF indicam que 3104 cidadãos venezuelanos – 1216 homens e 1888 mulheres – foram autorizados a residir em Portugal, as comunidades “com maior expressividade na Madeira e no distrito de Aveiro”.

Relativamente a 2016, em que o número de novos residentes foi de 453, foram concedidas 924 autorizações de residência a cidadãos de nacionalidade venezuelana (574 mulheres e 350 homens).

Em 2016, o número de concessões de autorização de residência a venezuelanos que deixaram o seu país natal para se estabelecerem em Portugal foi de 2356, 1386 mulheres e 970 homens.

Nesse ano, o SEF autorizou a residência em Portugal a mais 212 cidadãos venezuelanos do que em 2015, ano que fechou com o total de 2010 (1156 mulheres/854 homens).

Os números relativos a 2018 estão a ser consolidados, porém fonte do SEF admitiu à agência Lusa que “é possível avançar com uma tendência de aumento das concessões de autorização de residência/cartões de residência a cidadãos de nacionalidade venezuelana” relativamente a 2017.

Pedidos de nacionalidade portuguesa em solo venezuelano sobem 82,6%

A prova disso é que o número de pedidos de nacionalidade portuguesa de cidadãos venezuelanos em consulados na Venezuela foi de 8.299 até outubro, a que corresponde aumento de 82,6% relativamente a 2017, segundo dados do Instituto dos Registos e Notariado. São mais 3755 do que o total em 2017, que fechou com 4544 requerimentos.

Desde 2014 que se mantém a tendência de subida de pedidos de filhos de pais portugueses ou de apenas mãe portuguesa ou pai português. Nesse ano, os consulados na Venezuela receberam 2.469 pedidos de nacionalidade.

Em 2015, 2.528 cidadãos venezuelanos declararam querer a nacionalidade portuguesa, enquanto houve um aumento de 568 pedidos no ano seguinte, fixando-se o total em 3.096.

Em 2011 (4.256 pedidos), houve um aumento relativamente a 2010 (3.729), 2012 (3.032) e 2013 (2.735).

A Venezuela está mergulhada numa grave crise política, económica e social desde 2015, depois da descida nos preços do barril de petróleo, o que teve um impacto muito grande na balança comercial, com uma acentuada perda de receitas de exportação.

O abastecimento de bens essenciais começou a ser afetado e a inflação atingiu os 180% em 2015.

Em 2017, a situação agravou-se, com o anúncio de uma Assembleia Constituinte para reformar a Constituição, o que foi interpretado pela oposição como um golpe de Estado e uma forma de o Presidente Nicolás Maduro se perpetuar no poder.

Uma onda de protestos e violência afetou em particular a capital, Caracas, com a organização não-governamental Foro Penal Venezuelano (FPV) a estimar que mais de uma centena de pessoas foram mortas em manifestações.

O FPV admitiu que um número superior a dois milhares de pessoas ficaram feridas nos protestos e que mais de 5.000 outras foram presas.

Na Venezuela, 87% da população é pobre e 61% vive em pobreza extrema, segundo dados da organização não-governamental Coligação de Organizações pelo Direito à Saúde e à Vida (Codevida).

O presidente da Codevida, Francisco Valência, alertou que 55% das crianças venezuelanas com menos de cinco anos de idade sofre de subnutrição.

A grave crise económica, política e social que afeta a Venezuela está a levar muitos portugueses e lusodescendentes a regressarem a Portugal, ao mesmo tempo que cidadãos daquele país sul-americano estão a refugiar-se em países vizinhos.

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